Professores estaduais marcam greve para o dia 23 de abril

Menos de um mês depois de suspender uma greve agendada para 13 de março, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) decidiu, no sábado (29), marcar paralisação por tempo indeterminado a partir de 23 de abril. A APP-Sindicato informou que, na assembleia realizada nesse dia, em Curitiba, os cerca de 1,2 mil professores presentes foram unânimes ao optar pela greve.

 

Segundo a presidente da APP, professora Marlei Fernandes de Carvalho, a classe reclama por não ter recebido novas propostas para itens que considera urgentes, como aumento do piso salarial no mesmo índice do piso regional (7,34%) e o aumento de 20% para 33% do tempo da jornada reservado ao preparo de aulas (hora-atividade).

 

“A categoria entende que o governo já conhece a nossa pauta, mas não ofereceu nada de novo”, diz Marlei, afirmando que "todos os prazos" foram dados para isso. A última conversa do sindicato com o secretário da Educação e vice-governador Flávio Arns ocorreu no dia 19. Os 25 dias entre a assembleia e a data da greve servirão para “organizar” o movimento nos municípios. A meta é que a adesão chegue a 70% dos trabalhadores.

 

Adiamento

 

No último dia 9, a APP adiou uma greve marcada para o dia 13 depois que o governo prometeu solução para reivindicações. Uma delas foi a proposta de reajustar em 7,11% os salários em maio (relativo à correção do valor do Piso Salarial Profissional Nacional). A outra foi aplicar 30% de hora-atividade para o início de agosto de 2014 e manter diálogo até que o percentual chegue a 33% no fim do ano. No dia 8, o Executivo também encaminhou à Assembleia Legislativa proposta de lei para alterar o plano de carreira da categoria. O projeto era anunciado como pronto desde o ano anterior.

 

O pagamento de R$ 48 milhões em salários atrasados que fizeram o sindicato cancelar uma terceira ameaça de greve, em setembro, não são mais o principal problema, diz Marlei. Conforme acordo com o governo, a primeira parcela será paga em maio. “Não quer dizer que o governo não cumpriu”, reconhece ela. “Ao mesmo tempo, existe uma insegurança da categoria quanto ao cumprimento das datas”, justifica.

 

O montante está previsto em um acordo feito em agosto com a Educação estadual, e equivale a um ano de promoções e de 0,6% de reajuste salarial. Cerca de 80 mil professores, entre 100 mil funcionários de escolas, tiveram esses salários atrasados depois que o governo precisou conter gastos por força da Lei de Responsabilidade Fiscal.

 

Governo

 

A imprensa tentou mas não obteve sucesso neste domingo sobre um posicionamento do governo do Estado tanto por meio do gabinete do governador, Beto Richa, nem da Secretaria de Educação.

 

 

FONTE – GAZETADOPOVO