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Ascensão de Gleisi muda cenário político para 2012 no Paraná

gleisi_hoffmannA ascensão da senadora paranaense Gleisi Hoffmann (PT) ao segundo cargo mais importante do País altera significativamente o cenário eleitoral no Estado para 2012 e 2014. A começar pela disputa pela prefeitura de Curitiba no ano que vem, onde o ex-deputado federal Gustavo Fruet, hoje sem espaço no PSDB, pode migrar para um partido próximo da área de influência do governo Dilma Rousseff, se aproximando do PT do Paraná, que hoje não tem um nome forte para a disputa na Capital. E essa aproximação pode se completar em 2014, onde desde já Gleisi é cotada como principal rival potencial do governador Beto Richa (PSDB) na eleição estadual.

 

Até agora, Richa tem sinalizado que deve apoiar a reeleição de seu sucessor, o prefeito Luciano Ducci (PSB), na disputa municipal. Por conta disso, Fruet já iniciou conversas com outros partidos em busca de uma legenda para concorrer. Ele tem convites de várias siglas, a maioria delas alinhadas ao governo Dilma e ao PT, como o PDT do ex-senador Osmar Dias.

 

Parlamentares tucanos já vem alertando o governador que ao abrir mão de lançar um candidato próprio à prefeitura, e deixar o ex-deputado deixar o PSDB, significa colocar em risco o projeto de reeleição para o governo em 2014. Fruet teve quase 650 mil votos para o Senado em 2010, somente em Curitiba, e lidera as intenções de voto para prefeito na Capital.

 

Eleito prefeito de Curitiba por uma legenda da base aliada ao PT, Fruet acabaria reforçando o projeto petista para 2014, que inclui o lançamento de Gleisi Hoffmann como candidata ao governo, contra Richa. "Uma união do Gustavo com o (deputado federal) Ratinho Júnior (PSC) pode ganhar na Capital. E em 2014, fazer uma aliança com o PT da (senadora) Gleisi (Hoffmann)", prevê o deputado estadual Mauro Moraes (PSDB), que defende o lançamento do ex-deputado como candidato tucano na Capital no ano que vem.

 

Esse cenário ficou ainda mais provável com a nomeação de Gleisi para a Casa Civil do governo Dilma Rousseff. Estrela ascendente do PT, a senadora tem tudo para emplacar a candidatura ao governo do Estado, agora com o reforço de visibilidade nacional que o cargo de articuladora política do Palácio do Planalto lhe confere. "Gleisi já era um nome forte, pela expressiva votação que teve para o Senado Federal, agora se consolida como uma certeza que temos para a disputa ao governo", confirma a líder da bancada do PT na Assembleia Legislativa, deputada Luciana Rafagnin.

 

Por enquanto, os tucanos tentam minimizar os riscos que a nova posição de Gleisi pode trazer para o futuro do partido no Estado. "Antes de sermos PSDB, somos paranaenses", afirmou o vice-presidente estadual do partido e presidente da Assembleia, Valdir Rossoni. O lider do governo e secretário-geral do PSDB, deputado Ademar Traiano, tentou ainda demonstrar confiança, alegando que o partido está pronto para a disputa. "Quem quer galgar espaço e está na disputa eleitoral não pode escolher adversário", alegou.

Traiano apontou ainda os riscos que o novo cargo traz para Gleisi. "A Casa Civil, desde o início do governo Lula, tem um histório negativo. É um barril de pólvora", afirmou, referindo-se às quedas de José Dirceu, Erenice Guerra e Antonio Palocci, todos alvejados por escândalos políticos.

 

O tucano se enrolou, porém, quando lembrado que a atual presidente, Dilma Rousseff, saiu justamente da Casa Civil para ser a primeira mulher eleita para o cargo político mais importante do País. "A Dilma saiu sob as benções e glórias de um presidente em que nada colava. Era praticamente uma unanimidade", afirmou, sobre o "padrinho" de Dilma, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.